quarta-feira, 9 de abril de 2014

Um abraço à(o) futura(o) Primeira(o)-Ministra(o)

Fiz pequenas alterações ao texto que enviado pelo Filomeno Pina, não só por uma questão de igualdade de género, mas tratando-se sobretudo de salvaguardar todas as possibilidades, por remotas que pareçam a algumas(uns) [que não estão ao abrigo de uma surpresa, na semana que vem, quando forem anunciados os resultados]. Em Bissau, hoje, todas(os) falavam, com admiração, acerca do repto lançado por Carmelita Pires aos pequenos partidos... Espero que o autor não me leve a mal (pode até dar-se o caso de o poupar a um erro de género, por erro de cálculo).

«Desejo à(o) futura(o) Primeira(o)-Ministra(o) da Guiné-Bissau a melhor sorte na prática política da sua governação, no exercício da função de Chefe de Governo, haja firmeza no controle e gestão dos recursos territoriais, que execute com inteligência e sensibilidade específica, a gestão empreendedora de projectos, de acordo com as necessidades do País. 

Com objectividade consensual e selectiva, convém separar as águas, com a nitidez possível, traçar prioridades francas e assumir com toda a frontalidade as escolhas do País. Seja nos projectos nacionais, seja nos internacionais. Tendo em consideração que nem tudo que vem à rede é bom "peixe". 

Atentos a projectos oportunistas, mafiosos, e para fins de branqueamento de capitais, serão estes os projectos que não servem os reais e verdadeiros interesses do Povo. Devem ser simplesmente reavaliados e reconhecidos, passados a pente fino, todos os projectos que estão a operar no País. Criar um Gabinete de Controlo de Qualidade dos projectos, com objectivos nacionais claros e realistas, através desse organismo tomar o controlo e o reconhecimento do que se faz ou se projecta para o País. 

Assumir o controlo técnico de prevenção-primária (informação/estudo de projecto), a seguir continuar a fazer prevenção-secundária, i. é, quando um projecto opera no terreno, há que vasculhar de "lupa" a sua actuação total, como uma constante, ver o que se passa e, controlar sem timidez ou complexos o seu desenvolvimento e evolução no terreno. 

São sempre bem vindas as ofertas que nos chegam de projectos para a Guiné-Bissau, mas devemos acautelarmo-nos numa análise de conteúdos programáticos, seus objectivos, a curto, médio e longo prazo. Sobretudo estar atentos aos objectivos traçados vindos do exterior para dentro do País ou não. Muitas vezes o exterior prefere “impor”, a escutar ideias diferentes, igualmente verdadeiras, evocando necessidades do País, A velha máxima de, quem paga manda, não pode ser admitida. 

Vamos pautar-nos por uma sintonia realista (projecto/necessidade) em relação aos itens de avaliação no terreno, consequentes e realistas para a nossa sociedade. Aceitar só depois de estudo e avaliação da necessidade, escolher bem e de acordo com a nossa necessidade/realidade do Povo. 

Acreditação de Projectos e sua equipa técnica no terreno, é uma necessidade imperiosa de momento, a ter em conta, para evitar confundir gato por lebre (por exemplo, confundir “sapateiro” por médico, etc.). Há que pautar pela excelência de qualidade de serviço, em tudo que esteja a operar no terreno. Exigir a integração de observadores nacionais do Gabinete do Controle de Qualidade sempre que se justificar.

 Custe, embora, com as carências que o País atravessa, mas não podemos facilitar ou permitir - nenhum controle - da parte do Governo. Nunca! há que assumir responsabilidade da Nação em tudo que laborar, em tudo o que se passar no território Nacional! 

Esta preocupação deve ser extensiva aos contextos comerciais, empresariais, industriais e socioculturais. Tudo isto considerado dentro de uma preocupação estrutural de desenvolvimento sustentado para o País como prioridade. Optar por projectos com "cabeça, tronco e membros", com perspectivas sérias de trazer benefícios humanos (de emprego e carreira profissional) e capitais financeiros para a nossa sociedade. 


Dada a situação crítica do País, faça-se o levantamento do estado da "coisa- pública", para termos uma noção exacta dos problemas do território nacional, do que há atrás do cortinado, todo o lixo debaixo do tapete, por detrás dos armários, em “arquivos” da corrupção, guardados ao longo destes anos que, progressivamente, minaram o desenvolvimento do Estado e suas infraestruturas no País. 

Há que arrancar desde o início desta governação com a convicção absoluta de vencer por etapas qualquer obstáculo. Sabendo de antemão que varia a natureza da dificuldade, a partir do seu conteúdo e exigência de preparação/ transformação deste no terreno, i. é, sempre que a situação de mudança em causa, ditar a substituição da "peça" por outra mais eficiente, faça-se sem excitar! 

Ao camarada que tomar os destinos do Povo nas mãos, convém lembrar que um governo serve para governar, espera-se que decida e avance no terreno! Sendo que primeiro pensa maduramente nos prós e contras da sua decisão, sabendo medir as consequências da sua decisão, actos, perante instituições do Estado e o Povo, assumindo frontalmente as medidas implementadas! 

O estado do País assusta qualquer um, embarcar neste comboio de mudança com novo rumo, será o desafio. Mas, se desde o princípio insistirmos com comportamento assertivo, gerador de confiança e de credibilidade, este governo irá juntar cada vez mais adeptos da sua opção, apoiantes da causa, sempre dispostos a lutar pelo progresso nacional, com o governo eleito. 

Sobretudo, porque reconhecendo o programa político do governo, todas as prioridades com as quais se identifica na resolução desta crise, rapidamente o nível de esperança e de credibilidade ascende, fazendo com que todo o trabalho necessário seja possível realizar com o apoio da esmagadora maioria de nacionais (todos somos poucos) confiantes no sucesso esperado. 

Por isso optamos por - Treinador(a) Inteligente - que seja catalisador(a) e bom(a) gestor(a) de empreendedorismo surgido na relação da(o) cidadã(o) com o Estado, nos domínios do projecto de desenvolvimento sustentado para o País. 

Queremos um(a) Primeiro(a)-Ministro(a) activo(a), um(a) bom(a) mediador(a) político(a) no centro da questão da governação. Com o perfil e sensibilidade humana centrada no cerne das questões, da classe política, da classe castrense e sociedade civil. 

Que traga sempre as “lições” estudadas com os seus respectivos Ministros e gabinetes ministeriais (uma forma de manter controle e reconhecimento do trabalho realizado ou a realizar). Um(a) Primeiro(a) que seja Homem (Mulher)-forte, corajoso(a), tranquilo(a), hábil, diplomata e revolucionário(a). Que traga o Povo ao colo como prioridade das prioridades, sempre! Que saiba responder bem informado(a) sobre a situação de cada Ministério, sempre que for chamado a prestar contas, de fio a pavio, acerca de cada "pacote" de medidas equacionadas no terreno, tendo em conta o problema, e seu conteúdo de programa de Governo. 

Apelo especialmente à(o) Primeira(o)-Ministra(o) para a constituição de um governo apartidário, alicerçado na meritocracia, experiência e carreira profissional reconhecidas. 

Composto por indivíduos com disponibilidade total para o exercício do cargo público (devendo ser incompatível com o exercício profissional no privado, paralelamente no Estado), primando pela transparência e imagem positiva do Estado, através da escolha de Ministras(os) (pautar pela honestidade, competência, postura pública bem aceite, no que concerne a imagem moral e patriótica do cidadão), devolver confiança política ao Povo. 

Exigir obrigatoriedade de apresentação da relação de bens materiais (móveis e imóveis) dos indivíduos mandatados para os cargos governamentais, antes e depois do mandato, e confirmado pelo Ministério da Justiça e Ministério das Finanças, como forma de transparência, de igualdade de circunstâncias e de Direito no seio do Governo. 

Sem me querer imiscuir na “filosofia governativa”, permitam a sugestão de sublinhar a minha opinião em ver o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a manifestar uma diplomacia-politica mais activa! 

No sentido de proteger a dignidade do Estado, por um lado, e por outro, estar atento às nossas infraestruturas de comércio, indústria e do turismo, sem contudo, substituir os respectivos Ministérios, mas assumir também uma postura de “postal” de visita/divulgação no exterior do País, de forma mais sistematizada, através da atitude diplomática no exterior, menos inibida nas relações internacionais e mais agressiva nas suas intervenções concertadas.

Penso que esta mudança era capaz de resultar muito bem, no sentido de não só melhorar a imagem do País (dar a conhecer ao mundo), como também de contribuir na divulgação do nosso património cultural, físico e material, tendo como objecivo primordial, as compensações/contrapartidas materiais e financeiras positivas, que daí o País possa retirar o melhor, só. 

As medidas a tomar vão ser muitas, sabemos com certeza, e erros haverá, só quem nada faz não os comete, saibamos então evitá-los atempadamente e se possível, antecipando-os a todos! Por isso, vamos indo e vamos vendo, passo a passo, acertados num ritmo concertado, avançar com sentido de responsabilidade, convictos sempre das decisões a tomar para cada caso específico. 

Boa sorte a todos. Não haverá derrotado(a), a luta continua e a vitória é certa! 

Viva a República da Guiné-Bissau. 

Djarama. Filomeno Pina»

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